quinta-feira, 30 de abril de 2015


ATUALIZAÇÃO DA PROPOSTA CURRICULAR DE SANTA CATARINA

Conforme estudo e reflexão sobre a atualização da proposta curricular do estado de Santa Catarina, entende-se que suas bases teóricas continuam sendo o alicerce para a sua atualização. Frente aos novos desafios que se colocam para a educação a abordagem histórico- cultural continua sendo o melhor embasamento para que ocorra um processo de ensino e aprendizagem favorável ao desenvolvimento humano.
A atualização da proposta curricular deu-se de forma coletiva, com a contribuição de vários profissionais de diferentes áreas da educação, sendo produzida de forma participativa, havendo diversidade de ideias.  Portanto, nota-se algum pluralismo teórico-metodológico, até mesmo em função das constantes mudanças que ocorrem na sociedade.
A busca pela formação integral faz parte da histórica luta pela emancipação humana, tornando assim maiores as possibilidades de transformação da sociedade, na qual a escolarização ocupa lugar central como expressão de direito humano fundamental e o currículo passa a ser entendido como expressão material desse direito, e o sujeito como finalidade principal daformação. O que está posto é como a escola enquanto instituição social moderna pode suprir a tarefa de promovê-la. No entanto embora a educação integral tenha na escola seu lócus privilegiado não se restringe somente a ela, uma vez que é dependente de outras demandas, sejam, da saúde, esporte, inclusão digital e a cultura, setores que estabelecem relevantes parcerias.
Torna-se necessário então repensar a escola e seu currículo como grande desafio educacional contemporâneo, buscando a formação integral do sujeito que contemple a autonomia, emancipação e a liberdade para uma cidadania ativa e critica, possibilitando assim o desenvolvimento humano pleno e apropriação critica do conhecimento e da cultura. E nesta direção o conhecimento como artefato humano é portanto o conjunto das apropriações necessárias, visto que o ser humano é um sujeito que produz, (re)modificando o meio em que vive, assim entende-se que o currículo precisa estar conectado com a realidade do sujeito, visto que este é um ser que tem direito a uma formação que reconheça e ensine a reconhecer o direito a diferença, a diversidade cultural e identidária, contemplando as dimensões ética, estética, politica, espiritual, socioambiental, técnica e profissional. Portanto, faz-se necessária a articulação de todas as áreas do conhecimento, para uma formação mais completa do sujeito.
Dessa forma a educação do sujeito deve ser na sua totalidade, considerando todas as áreas do desenvolvimento humano. Assim a escola precisa pensar no processo de elaboração nos projetos pedagógicos, nos conceitos a serem trabalhados e nas estratégias para sua apropriação, garantindo o direito à igualdade de condições e acesso ao conhecimento e permanência para todos os sujeitos na escola.
Compreendendo o percurso formativo como um processo contínuo, tem-se a necessidade de transcender os componentes curriculares promovendo a dialogicidade com as diferentes culturas, o que exige pensar em estratégias metodológicas que possibilitem a apropriação, compreensão e a produção de novos conhecimentos, sendo que esta apropriação ocorre por meio de atividades orientadoras nas quais o professor media a aquisição do conhecimento, levando em consideração o conhecimento já adquirido pelo sujeito, sabendo que este conhecimento foi produzido historicamente pela atividade humana e é na atividade que as novas geração se apropriam do conhecimento produzido.
É função dos profissionais que atuam na educação básica organizar, planejar as atividades orientadoras de ensino de modo que as interações e os processos de mediação cumpram com a função que lhes cabe. Assim o processo de elaboração conceitual se destaca como referência do trabalho pedagógico.
Tal elaboração é considerada como um modo desenvolvido culturalmente (portanto histórico) de pensar as vivências cotidianas mediadas pela linguagem e decorrentes dos processos de análise e síntese, estabelecendo uma percepção e uma intencionalidade no processo de análise e tomada de decisões(SMOLKA, 1993).
Daí a importância da intervenção da ação pedagógica que vise às atividades que desenvolvam a análise e a generalização na busca da atenção voluntária e da memória lógica, buscando as características fundamentais e diferenciadoras das funções superiores da consciência: a intelectualização (pensamento teórico) e o domínio, ou seja, a tomada de consciência e a voluntariedade. (Vygotski,1993).
Ao pensar em educação integral não podemos deixar de falar da avaliação como um processo contínuo da aprendizagem, tornando-se ferramenta indispensável para o educador acompanhar o processo de formação buscando sempre o aprimoramento do mesmo. Considerando os objetivos propostos e alcançados numa permanente (re) elaboração de finalidades metas e estratégias, visando novos modos de ensinar e aprender.
É de suma importância que a escola valorize os saberes que os sujeitos trazem consigo podendo ser o ponto de partida para a aquisição de novos conhecimentos cumprindo assim com o papel social da escola.


Professores autores:
 Adriana Balbinot
Aline Miotto Adler
Dirlei Vian Lorenski
Vanda Rita CerezerMânica